A variação e a mudança linguística são intrínsecas à linguagem (LABOV, 2008 [1972]) e a língua é condicionada por fatores linguísticos e extralinguísticos, sendo isso comum a todas as línguas, em especial na fala. Ainda assim, ao se apresentar, usar ou ensinar uma língua, há, frequentemente, o pensamento de que apenas a forma padrão seja apropriada. Para desconstruir essa forma de pensamento, auxiliar o letramento linguístico dos aprendizes e combater o preconceito linguístico, se faz importante que os materiais didáticos e os professores, em suas práticas docentes, abordem o tema da variação linguística. Tendo em vista a importância de aproximar os estudos variacionistas ao ensino da Língua Inglesa, este trabalho objetiva analisar em que medida e de que forma dois livros didáticos de inglês como língua estrangeira abordam o tema da variação linguística. A presença de elementos culturais também foi investigada e as faixas de áudio dos livros foram também objetos de análise. A pesquisa é bibliográfica e tem como base os estudos de Bahia; Cruz, 2017; Gruendling, 2017, e os aportes teórico-metodológicos da Teoria da Variação Linguística (LABOV, 2008 [1972]). Há uma abundância de elementos culturais em ambos os livros analisados e foi observada a presença de variação linguística do tipo diatópica nas faixas de áudio, mas os livros em si não abordam o tema de forma direta. Como resultado disso, faz-se importante que o professor apresente a variação através de materiais extralivro, a fim de não se negligenciar o tema. Esperamos que o presente trabalho venha a contribuir para a prática de ensino e futuras discussões sobre o tema.
Palavras-chave: variação linguística. livro didático. ensino de inglês.